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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Que importa a mim que a bicharia roa 
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!- Augusto dos Anjos




São nessas horas que as minhas risadas aparecem, as risadas mais estranhas, mais exageradas... Ela é como um aviso um doce aviso que o mar vai transbordar... aquelas doces risadas que soam agudo criam um eco em mim, elas são reproduzidas sem sentido, algo que não é meu! Eu não sei onde surgiu essa vontade de rir desesperadamente. Desespero! Essa palavra que eu queria encontrar é um riso de desespero, porque eu preciso rir, rir pra curar, rir pra esquecer, rir pra sentir que as coisas estão caminhando como eu gostaria. Mas esse riso esconde um grito... um grito interno que saiu camuflado de uma forma engraçada: saiu em uma risada pra conter as lágrimas. Mas que burrice a dele! Elas vem logo em seguida e tudo parece tão sem sentido. E eu aqui do lado de fora, tentando ser forte, tentando aceitar as coisas como elas são. Tentando não lutar, nem relutar. Mas não seria ridículo acreditar que as coisas são como deveriam ser? Estava tudo indo tão bem, quando a mentira me enganou. Antes de vir a noite, antes do frio e antes do grito, e o pior,  da necessidade do grito . E pode tentar me calar, minha voz ecoa e o que eu gritei já foi ouvido.

"Porque há o direito ao grito.então eu grito"- Clarice Lispector



                                                                                                                                            
 "Podem me prender, podem me bater   

   Podem até me deixar sem comer
Que eu não mudo de opinião"
No meio do caminha tinha uma pedra.. eu chutei e continuei a caminhar.